Salus Loch
Não há como falar em sustentabilidade na saúde sem falar em segurança do paciente. A afirmação é do médico cirurgião do aparelho digestivo, doutor em Ciência da Saúde e CEO da plataforma Safety4Me, Salvador Gullo Neto, painelista do Fórum Regional do Instituto Unimed/RS, realizado na quinta-feira, 23 de junho.
A atividade, com sede virtual na Unimed Vale do Sinos, reuniu participantes de diversas Singulares do Estado, que tiveram a oportunidade de ouvir o especialista e autor do livro “Segurança do paciente: a verdadeira revolução da saúde”, a ser lançado nos próximos dias com apoio do Instituto Unimed/RS.
Não é ciência de foguete
Falando de sua residência em San Diego, nos EUA, Salvador Gullo – cooperado da Unimed Porto Alegre e responsável pela implantação do Núcleo de Segurança do Paciente do Hospital São Lucas, na capital -, compartilhou informações e experiências, chamando a atenção para o fato de que hoje existe um entendimento diferente e mais amplo sobre segurança do paciente. “Erros e falhas assistenciais podem ser evitadas através de protocolos e processos simples. Não estamos falando de ciência de foguete; estamos falando de identificação do paciente, comunicação adequada entre as equipes de saúde, higienização das mãos, entre outros”, disse antes de emendar números mostrando que os custos mensais com os eventos ou circunstâncias que resultam em dano desnecessário ao paciente (chamados de eventos adversos) têm impacto importante na sinistralidade das operadoras, e precisam ser atacados; seja pelo viés humano, do resultado assistencial, seja pela sustentabilidade das instituições.
Para melhorar a performance no setor, Gullo ofereceu alguns caminhos, que passam pela mudança na forma de remuneração do cooperado (premiando a qualidade; não a quantidade), o envolvimento da alta liderança no processo (entendendo que segurança do paciente é investimento; e não custo, devendo ser uma “política de estado”, com continuidade ao longo de diferentes gestões), além do bom uso das ferramentas tecnológicas, a capacidade de ouvir o paciente para transformar o cuidado e o fortalecimento do trabalho em equipe, envolvendo todos os profissionais da saúde.
Ao final, respondeu a questionamentos do público, trazendo à baila olhares que contemplaram a importância dos profissionais da comunicação no “time de ponta da segurança do paciente” e prestou reconhecimento à Unimed/RS e ao Instituto/RS por oportunizar o debate, promovendo reflexão sobre a necessidade de que a indústria da saúde seja cada vez mais segura e saudável para todos.
Fim do médico cowboy
Para o diretor de Desenvolvimento Humano da Unimed Vale do Sinos, Ademar Edgar Trein, o painel apresentado por Salvador Gullo ofereceu aos participantes informações e percepções vitais para os rumos do negócio. A opinião foi compartilhada pelo diretor administrativo do Instituto/RS, Alcides Mandelli Stumpf – que disse ter saído do encontro com a esperança renovada. “As verdades trazidas pelo Salvador deixaram um recado alto e claro. Entre outras lições, percebe-se que chegou ao fim o tempo do ‘médico cowboy’, que foi formado para fazer tudo sozinho. Hoje, o trabalho deve ser feito em equipe. Sem isso, muitos ficarão pela estrada”, resumiu.
O Fórum Regional do Instituto Unimed/RS teve apoio do Sescoop-RS.



