Atividade discutiu a saúde emocional dos educadores em tempos de pandemia com a presença da psicóloga clínica e organizacional, Sandra Munero
O Instituto Unimed Planalto Central RS, com sede em Cruz Alta, sediou no dia 8 de abril nova rodada do Projeto Viver Bem na Escola, promovido pelo Instituto Unimed/RS. A atividade – em parceria com a 9ª Coordenadoria de Educação e secretaria municipal de Educação de Cruz Alta – reuniu cerca de 350 educadores e lideranças do sistema cooperativista, a fim de discutir a saúde emocional dos professores diante do cenário da pandemia do novo coronavírus.
O evento foi aberto pelo diretor administrativo do Instituto Unimed/RS, Alcides Mandelli Stumpf, que agradeceu a presença do expressivo número de educadores e a parceria com a Unimed Planalto Central RS, prefeitura de Cruz Alta e Coordenadoria Regional de Educação.
Em seguida, a presidente da Unimed Planalto Central, Cláudia Machado Barros, destacou a importância do debate, não apenas pela perspectiva do ensino, mas também da saúde, considerando o aspecto das necessidades humanas. Na sequência, o secretário de Educação de Cruz Alta, Moacir Merchazan Jr., lembrou o papel do educador na formação da sociedade e quão importante é que ele possa desenvolver suas atividades na plenitude.
‘Educação e saúde devem andar de mãos dadas’
A psicóloga clínica e organizacional, Sandra Munero, que também é professora em cursos de graduação, foi a responsável pelo desenvolvimento do tema: ‘Como está sua saúde emocional?’
E, logo de cara, além de frisar que educação e saúde devem andar de mãos dadas, pontuou, conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS), que ser saudável não é apenas encontrar-se em bom estado físico e mental, devendo-se considerar, ainda, o bem-estar espiritual.
Para tanto, Sandra – depois de reconhecer as diversas implicações causadas pela covid-19, entre as quais medo, depressão e ansiedade – trouxe ao debate as virtudes da psicologia positiva, as quais, segundo ela, podem colaborar para enfrentar o cenário de incertezas. “É preciso que consigamos alimentar, através do exercício contínuo e diário, as seis grandes virtudes do ser humano, que abarcam 24 forças de caráter. A primeira delas é o conhecimento para buscarmos entender o funcionamento das necessidades primordiais para lidarmos com a covid-19, somado, no caso dos professores, ao amor pela aprendizagem; em seguida, a nutrir a coragem, pois sem perseverança e bravura não se faz nada; a humanidade, representada pelo amor ao próximo, a bondade e uso da inteligência social é uma virtude fundamental, assim como a justiça, que preza pela cidadania, igualdade e liderança; a temperança, entendida como a capacidade de perdoar, ser humilde e ter autocontrole; e, por fim, a transcedência, geradora de gratidão, esperança e de nossa espiritualidade”, destacou a psicóloga.
Os quatro pilares
Sandra Munero ainda apresentou os quatro pilares da educação para o século XXI, conforme a Unesco, sob o entendimento de que o ensino não deve se resumir a informar saberes, mas também em transmitir de forma eficaz os novos saberes, transformando informação em conhecimento, o que dá autonomia ao estudante para que ele seja socialmente competente. Os quatro pilares são:
1 – Aprender a conhecer (escola como formadora do conhecimento);
2 – Aprender a fazer (experiência como fator vital, considerando o preparo para o mundo do trabalho);
3 – Aprender a viver junto (escola como centro de descoberta do outro, calcado na convivência e socialização);
4 – Aprender a ser (conceito de ser humano completo).
Como abordar a ansiedade?
Ao final, Sandra respondeu a questionamentos do público, sobre família, luto, ensino remoto, como ser útil em tempos de pandemia e o aumento da ansiedade. Sobre os últimos dois pontos, a psicóloga clínica e organizacional frisou que praticar a empatia, mostrando que a pessoa se importa com o outro, é uma maneira de ser útil; já a respeito da ansiedade, esclareceu que a ansiedade leve não deve ser encarada como problema, pois funciona como uma mola que impulsiona a pessoa para ‘fazer as coisas acontecerem’; nos casos mais graves, com prejuízos à convivência e ao trabalho, Sandra aconselhou, além da procura de auxílio profissional e do cuidado com as relações interpessoais, a adoção de medidas como a realização de atividades físicas; contato com a natureza; cuidado com a respiração; práticas de meditação e oração. “Assim como os momentos bons, as situações difíceis também passam. É preciso estarmos cientes disso e seguirmos”, finalizou.
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